Exportações brasileiras devem aumentar 8,6% este ano

Publicado por Transbrasa
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Em 2016 o Brasil exportou para a Argentina 4,4% a mais que no ano anterior, o que contribui para um superávit de US$ 4,3 bilhões, saldo bem maior que os US$ 2,5 bilhões do ano anterior.

Para este ano a expectativa é que a exportação continue aumentando, com recuperação da corrente de comércio, embora sem grande ganho no saldo comercial.

Projeções da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) apontam para uma alta de 8,6% nos embarques brasileiros ao país vizinho, ainda mantida principalmente pela venda de veículos e baseada na expectativa de crescimento da economia argentina. As importações brasileiras de produtos argentinos devem crescer 9%, o que daria origem a um superávit a favor do Brasil de US$ 4,7 bilhões este ano, avalia José Augusto de Castro, presidente da AEB.

Segundo analistas, a visita do presidente argentino Mauricio Macri ao Brasil pode colocar à mesa a questão das licenças de importações, pelo lado brasileiro, e os saldos comerciais, pelo lado argentino. Castro lembra que, pela ótica argentina, a balança com o Brasil teve déficit de US$ 4,3 bilhões no ano passado. “É um valor representativo levando em consideração que o superávit argentino foi de US$ 2,13 bilhões em 2016.” Essa é uma questão importante para as relações bilaterais, diz ele, num momento em que o Brasil tem interesse em avançar num acordo comercial do Mercosul com a União Europeia.

O que também precisa ser alvo de atenção no médio e no longo prazos, alerta o economista Fabio Silveira, sócio da MacroSector, é o efeito do governo do presidente americano Donald Trump nas relações bilaterais do Brasil com os argentinos e com os demais países da América Latina.

No ano passado, enquanto as importações argentinas de produtos brasileiros avançaram 4,4%, os desembarques argentinos de produtos chineses caiu 11%. Em 2015 o movimento foi inverso. A compra pela Argentina de produtos brasileiros caiu 8% contra 2014 e a de produtos chineses cresceu 10%.

O desempenho dos embarques brasileiros no ano passado é creditado a uma taxa de câmbio mais favorável à exportação e também à relativa normalização dos processos de desembarque pela Argentina. Mas o quadro de 2016, diz Silveira, não é necessariamente sustentável.

Ele lembra que ao ter alguns portas fechadas nos Estados Unidos, a China irá olhar com mais atenção para a América Latina como um todo, para elevar financiamento de dívidas e de investimentos, o que naturalmente deve atrair a compra de produtos do país asiático e dificultar a concorrência para os manufaturados brasileiros.

Fonte: Valor