Emprego, o desafio permanece
O Ministério da Economia divulgou, recentemente, o resultado da expansão dos empregos no Brasil medido pela Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2018, com um ligeiro avanço de 0,76% e uma créscimo de 349.525 vagas, na comparação com 2017.
No contexto do Estado de São Paulo, a evolução foi ligeiramente maior, de 0,91% e uma expansão de 119.185 empregos, mas, na RM da Baixada Santista, este índice alcançou o patamar de 2,84%, com mais 10.570 vagas.
Os números mais recentes dão um pouco de estímulo à economia, porém, é importante notar que o esforço coletivo terá de ser enorme para recuperar as perdas registradas principalmente nos exercícios de 2015 e 2016.
Na análise dos últimos quatro anos, por exemplo, o recuo da oferta de empregos atinge a marca de 2.940.395 postos de trabalho perdidos, em todo o território nacional, dos quais nada menos que 29,37% ocorreram no Estado de São Paulo, com a diminuição de 863.636 vagas formais.
O nível de desemprego geral também é elevado, com taxas de quase 12% e um universo de mais de 12,6 milhões de desempregados. Além disso, é cada vez maior a pressão dos jovens para o ingresso no mercado, o que implica em estudar o assunto também pelo perfil etário.
Nos últimos dez anos, entre 2009 e 2018, revelam as informações da Rais, houve uma mudança no perfil de ocupação da mão de obras.
Os jovens entre 18 e 24 anos, por exemplo, tiveram uma queda de representatividade do conjunto de empregos formais, de 18% para apenas 13,9%, enquanto os trabalhadores com idade acima de 50 anos evoluíram sua participação de 13,8%para 18,3%, indicando que o mercado está privilegiando a experiência.
Nessa faixa etária entre 18 e 24 anos, o Brasil possui nada menos que 24 milhões de jovens, mas somente 25,6% (ou 6 milhões de pessoas) têm acesso efetivo ao mercado formal de trabalho, fato que dificulta a ampliação da renda familiar.
Nestes últimos dez anos, as estatísticas de empregos indicam níveis de evolução de vagas. Em nível nacional, a taxa de expansão foi de 13,16%, no universo do Estado de São Paulo atingiu 9,67% e, na RM da Baixada Santista, observou-se um acréscimo de 10,48%, ou 36.317 novas oportunidades fixas.
Há alguns meses, um grupo de universidades locais lançou o movimento Inova Baixada Santista, com o objetivo de promover diagnósticos setoriais visando promover o desenvolvimento econômico regional, de modo que é grande a expectativa em torno dos resultados desses estudos.
Ainda não se tem conhecimento do banco de informações colhidas nesses levantamentos de dados, mas é imprescindível que os detalhes analíticos fornecidos pela Rais sejam devidamente observados no conjunto de ofertas de empregos por setor de atividades.
De acordo com as informações da Rais de 2018, o principal empregador da região é o setor de serviços, com uma participação de 53,89% (ou 206.272 empregos), seguido do comércio, com 21,86% (83.686 vagas), administração pública, com 13,72% (52.512 servidores),construção civil, com 4,39% (16.792 oportunidades), e indústria, com 4,02% (15.406 funcionários).
Esse tipo de informação desmembrada permite uma avaliação mais aprofundada e também a busca de soluções mais compatíveis com a realidade regional.
Fonte: A Tribuna de Santos – Artigo do advogado, empresário e diretor-presidente da Transbrasa, Bayard Umbuzeiro Filho