Farmacêutico no Porto?
‘‘O farmacêutico possui uma formação que abrange diversas áreas e, por isso, é um profissional que pode atuar em diversos segmentos, como farmácia, indústria, hospital, análises clinicas ou toxicológicas, e sim, até mesmo no Porto.
No Porto, a necessidade surgiu através da resolução da ANVISA, RDC 346/2002, que trata das diretrizes para um recinto alfandegado estar habilitado para armazenagem de produtos sob normas da Vigilância Sanitária (medicamentos, medicamentos especiais, domissanitários, produtos de saúde, cosméticos, produtos de higiene e as matérias-primas que os integrem).
A responsabilidade fundamental desse profissional está diretamente ligada à área regulatória, onde habilita a empresa perante a ANVISA e outros órgãos a exercer suas atividades de acordo com as legislações vigentes.
Além disso, a atuação do farmacêutico tem como objetivo garantir a integridade das mercadorias no momento de nacionalização, em principal os medicamentos, já que esses precisam de cuidados especiais, a fim de preservar suas características. Afinal, o recinto alfandegado é o primeiro elo “nacional” da cadeia, e, se tratando de medicamento, esse irá ainda percorrer uma longa trajetória (recinto alfandegado, transportadora, distribuidora, operador logístico, indústria, farmácia) até chegar ao seu objetivo, restabelecer a saúde do paciente.
Esse é o grande desafio do farmacêutico atuante em logística, a integridade do medicamento em toda a cadeia até chegar às mãos do paciente, pois temos uma VIDA no final da cadeia de abastecimento. Nós sabemos que um medicamento com a qualidade comprometida oferece risco ao paciente podendo não ter o resultado esperado ou até mesmo agravando o quadro e essas alterações que esse medicamento pode sofrer quase sempre não são visíveis, portanto o paciente fará uso desse medicamento, porém não terá o resultado esperado ou até mesmo poderá ocorrer um agravamento do quadro.
Outras atividades dos farmacêuticos nos portos, que denotam a relevância nesse segmento são: garantir a qualidade da água para consumo humano, análise de cloro diário, acompanhamento e suporte as inspeções de produtos realizadas pelos fiscais da ANVISA, auditorias internas e externas, regularização da empresa, direcionamento da armazenagem adequada da mercadoria, monitoramento de temperatura e umidade, treinamentos relacionados à saúde e as boas práticas, controle de vetores, suporte ao gerenciamento de resíduos sólidos e atendimento a requisitos legais de fornecedores, entre outros.
Atualmente, aguardamos a revisão da RDC 346/02, que está na agenda regulatória da ANVISA (Plano de Revisões de 2016) e, em breve, será atualizada. Diante disso, esperamos que as novas regras atendam as necessidades do segmento, com aprimoramento da atuação fiscal e promovendo agilidade ao processo’’.
Alana Dariza, farmacêutica na Transbrasa, auditora interna do Sistema de Gestão Integrado pela BSI, formada em Farmácia e Bioquímica pela UNISANTOS, com MBA em Gestão empresarial – FGV. Coordenadora da comissão de Distribuição e transporte e Vice – Diretora do Conselho Regional de Farmácia – seccional Santos, Conselheira no Conselho Municipal de Saúde de Santos e membro da diretoria da ANFARLOG (Associação Nacional dos Farmacêuticos atuantes em Logística).