Perspectivas para o Porto de Santos em 2019
O diretor-presidente da Codesp, Luiz Fernando Garcia, anunciou ações que devem ocorrer no próximo ano no Porto de Santos durante o painel Expectativas para o setor portuário em 2019, promovido pelo Grupo Tribuna na última semana. As perspectivas são bastante otimistas, envolvendo a licitação de novos terminais no complexo santista e mudanças no modelo de contratação dos serviços de dragagem.
2018 deve fechar com recorde na movimentação de cargas, com 136 milhões de toneladas, quase 5% a mais do que em 2017 (129,9 milhões), ano em que aconteceu forte crescimento (14,1% em relação a 2016). Com o bom desempenho do agronegócio previsto para 2019, e a retomada mais vigorosa da atividade econômica no País, tudo leva a crer que novos recordes deverão acontecer.
Espera-se, no próximo ano, licitações de novos terminais no Porto. Entre eles estão os lotes STS 13A, na Ilha Barnabé, e STS20, na região de Outeirinhos. A primeira área, hoje inoperante, é destinada para a movimentação de granéis líquidos, com investimento de R$ 111,4 milhões, enquanto a segunda, localizada na margem direita do Porto, é voltada a granéis sólidos mineiras, especificamente fertilizantes e sal, podendo ainda movimentar sulfatos e carbonatos. Destaque-se que essa área já foi objeto de recente licitação que não teve interessados. Em função disso, foram feitas correções nos modelos, e espera-se que a próxima tentativa seja bem sucesida, o que pode trazer cerca de R$ 219 milhões de investimentos.
Outra novidade importante anunciada foi sobre a contratação da dragagem do Porto. O contrato dos serviços em vigor, com o consórcio formado pelas empresas Van Oord Operações Marítimas e Boskalis do Brasil, será prorrogado, e a obra está garantida até o meio de 2019. Mas, como destacou o presidente da Codesp, não há mais dúvidas técnicas que a questão da dragagem será melhor gerida pela iniciada privada, e espera-se que, no próximo ano, as pendências jurídicas sejam superadas e o novo modelo seja adotado.
Ao lado de licitações, investimentos e maior participação privada no Porto, impõe-se mudança na forma da gestão atual, caracterizada por forte centralização decisória no governo federal. É fundamental garantir autonomia e poder às autoridades locais, com a delegação de competências às companhias docas. O fortalecimento do Conselho de Autoridade Portuária (CAP), órgão criado em 1993, que reúne poder público, empresários, trabalhadores e usuários do Porto, é outra medida essencial para que a participação cresça, e todos possam contribuir para a solução dos problemas. Finalmente, espera-se que critérios técnicos prevaleçam na indicação da nova diretoria da Codesp, rompendo a tradição de indicações políticas que prevaleceram nos últimos tempos.
Fonte: A Tribuna de Santos – Editorial
Imagem: G1