Ponte ligando Santos e Guarujá deve absorver 50% dos veículos que usam a balsa, diz Ecovias

Publicado por Transbrasa
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O projeto de construção de uma ponte ligando Santos e Guarujá, no litoral de São Paulo, foi apresentado, nesta segunda-feira (23), durante um seminário na Associação Comercial de Santos (ACS). Autoridades, como prefeitos, secretários e representantes da Codesp, Ecovias, Praticagem, Marinha e ACS, estiveram no evento. Segundo os estudos apresentados, a ponte deve absorver 50% do volume de veículos que passam pela balsa atualmente.

O evento, que teve como objetivo contribuir para o debate e esclarecer todas as dúvidas sobre o projeto da ponte, começou por volta das 9h30. A abertura ficou por conta do diretor-presidente da ACS e da TV Tribuna, Roberto Clemente Santini. O prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, também esteve presente e falou sobre a importância do projeto.

Em seguida, o presidente da Ecovias, Rui Klein, fez uma apresentação inicial do projeto de ligação entre as margens do Porto de Santos. A ponte e os viadutos ligarão a Via Anchieta, no km 64, à rodovia Cônego D. Rangoni, no km 250. A estrutura passará sobre o canal na altura do bairro da Alemoa e pela Ilha Barnabé. Também haverá novos acessos às avenidas Perimetral e Martins Fontes.

Segundo o projeto, a ponte deve ter 85 metros de altura e 305 metros de largura entre os pilares. Os mastros terão uma altura de 170 metros, com a aprovação da Aeronáutica. A ponte contará com duas faixas de rolamento e acostamento e deve ter cerca de 7,5 km de extensão, sendo 1,1 km de travessia.

Dos veículos de passeio que utilizam a balsa, 50% vão continuar utilizando o sistema e 50% devem migrar para a ponte. Já referente aos caminhões que atualmente utilizam a Cônego D. Rangoni, cerca de 60% devem utilizar a ponte.

Klein disse que haverá pedágio na ponte, assim como hoje ocorre na Rodovia Cônego Domênico Rangoni e na travessia de balsas entre Santos e Guarujá. Segundo ele, o pedágio evita que haja uma migração maior no volume de veículos e uma saturação da estrutura. O valor arrecadado deve ser destinado à manutenção e não ao pagamento da obra.

Klein disse também que a ponte não prejudicará o futuro Aeroporto Civil Metropolitano, em Guarujá, e o vão da ponte de 85 metros garantirá a navegação pelo canal para todos os tipos de embarcação. “Construíram uma ponte no Panamá, no principal canal, de 60 e poucos metros e não atrapalhou. Aqui, com 85 metros, temos uma segurança até para movimentações futuras”, disse.

Representando a Marinha do Brasil, o capitão dos Portos do Estado de São Paulo, Daniel Américo Rosa Menezes, disse que ainda faltam estudos para que o órgão emita um parecer técnico sobre a ponte, já que há questões políticas e econômicas envolvidas. Porém, ele considera que, quanto aos aspectos técnicos, a ponte é uma alternativa viável já que é possível realizar as manobras necessárias na navegação mesmo com a construção da estrutura.

O presidente da Praticagem de Santos, Carlos Alberto de Souza Filho, também esteve no evento e se posicionou. Segundo ele, o órgão fará o possível para viabilizar o projeto. “O projeto da ponte permite a navegação, com adaptações de algumas manobras, em prol da segurança”, explicou. Souza Filho, que disse ainda que o ideal seria que não houvesse pilastras dentro da água. Segundo ele, “isso eliminaria os riscos agregados da ponte”.

O presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Casemiro Tércio Carvalho, manteve seu posicionamento contrário a ponte. Para ele, o ideal seria a construção de um túnel, que reduziria o número de passageiros das catraias e balsas. Segundo ele, as simulações da ponte não consideram uma expansão portuária. Porém, durante o evento, Casemiro se mostrou aberto à discussão. “Nossa postura é de proteger o maior ativo que temos, que é o canal”, disse.

O secretário estadual de Transporte e Logística, João Octaviano Machado Neto, ressaltou que a ponte é o melhor projeto para este momento. “Simulações mostram que a ponte não gera perda na movimentação. Existe só um caso da expansão de um terminal, mas que já está em discussão com a empresa”, disse.

O secretário, porém, disse que os ajustes necessários serão feitos e que é preciso ter uma visão ampla e um trabalho conjunto. “A engenharia é desenvolvida para solucionar esses problemas. Todos os entes estão empenhados. O governo estadual, o governo federal. Agora, é a hora da solução”, comentou.

De acordo com Roberto Clemente Santini, a Associação Comercial, com a sua grande história, sempre debate temas relevantes. “É um assunto muito importante. A ponte está sendo proposta pelo Governo do Estado e trará muitos benefícios. Ao mesmo tempo, passa pelo nosso Canal de Bertioga, que é o nosso bem mais valioso, que impulsionou o Porto de Santos. O evento foi muito explicativo. Muitos setores não estavam atualizados sobre o projeto. Concluímos com sucesso. Todos saem daqui com uma visão melhor e mais aprofundada”, comemora.

Fonte: G1 Santos

Imagem: Prefeitura de Santos